Finalmente uma ação do Juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato, uniu jornalistas de diversas ideologias. Críticas ao Juiz choveram após ele emitir , na terça-feira (21), uma condução coercitiva ao blogueiro Eduardo Guimarães por vazar uma ação contra o ex-presidente Lula.
Dentre as várias posições contrárias a ilegal ação de Moro, Reinaldo Azevedo da Revista Veja, liberal de direita assumido e grande crítico da esquerda, foi contra Moro e à favor da liberdade de imprensa. “Não posso conceber que um blogueiro, pouco importa a sua ideologia, seja levado a depor de forma coercitiva por ter antecipado a ação que haveria contra Lula quando sabemos que procuradores da República convocam entrevistas coletivas em off para fazer nomes de uma lista de eventuais futuros investigados, que nem ainda havia chegado a seu destinatário: nada menos do que o ministro do Supremo que é o relator do caso em questão”, ataca.
Órgãos oficiais como A Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) também condenaram a ação de Moro. Em nota oficial , a Fenaj vê o ato “censura e ataque à liberdade de expressão”.
“A Polícia Federal, em mais uma demonstração de arbitrariedade e violação de direitos inspirada na época da ditadura militar no país, quer violar o sigilo de fonte por Guimarães ter vazado a informação de que o ex-presidente Lula seria conduzido coercitivamente pela PF, o que forçou o adiamento da ação no ano passado.”, condena a Fenaj.
“Além da arbitrariedade da condução coercitiva, sem que qualquer intimação prévia tenha sido feita ao blogueiro, a PF devassa dados pessoais e desrespeita o sigilo de fonte garantido pela Constituição Federal em seu Artigo 5º, parágrafo XIV, em que define que ´“é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional”.”, relembra o órgão.
Durante a ação ilegal, a Fenaj denuncia que Guimarães teve seu apartamento vasculhado, foram apreendidos seu celular, notebook e um pen drive de uso pessoal e o blogueiro foi conduzido à Superintendência da PF no bairro da Lapa, zona oeste paulistana.
Fonte: Revista Fórum, Veja e Fenaj.