Você deve estar se perguntando como a Polícia Federal, a imprensa e o Governo Federal do presidente Michel Temer conseguiram divulgar uma informação, segundo o presidente, exagerada dos frigoríficos no país, causando uma crise bilionária no setor de carnes, frangos e embutidos. Governos como o Chile, China, Coreia do Sul e países da Europa suspenderam temporariamente a importação das carnes e tudo por causa de um probleminha chamado “barriga”. Calma que você vai entender.
O principal trabalho do jornalismo é juntar informações, fatos, que após checados viram notícia e assim ela é veiculada nos meios de comunicação como tvs, rádios, jornais impresso e online. Agora, quando existe manipulação e checagem falha, acontece a chamada “barriga”, divulgação da informação errada por falta de checagem.
Mas nem sempre o culpado é o jornalista. As informações das grandes empresas e órgãos do governo geralmente vem de um setor conhecido como “Assessoria de Imprensa”. Ele é responsável pela comunicação entre a empresa e a imprensa. O assessor é cobrado diariamente para colocar boas notícias da maravilhosa empresa em que trabalha. Quase um trabalho de Marketing na imprensa. E esse material enviado para os jornais é chamado de release.
Se o assessor passa o release com informações erradas, elas serão divulgadas também erroneamente em todos os lugares do mundo. É como um telefone sem fio, que com informações truncadas está prestes a causar um grande mal estar.
A própria BBC Brasil, grande empresa de jornalismo britânico, famosa por fazer reportagens esmiuçadas sobre assuntos polêmicos, questionou a interpretação dos áudios divulgados pela Polícia Federal. Um certo especialista fala na matéria que houve sensacionalismo e erros por parte da polícia. Contudo, não minimiza a importância e a gravidade da descoberta, que envolve até fiscais do Ministério da Agricultura.
Um exemplo do resultado da divulgação pode ser visualizado no site da Folha . Países como China, Chile e Egito retomaram a importação da carne brasileira. Outros países ainda aguardam melhor esclarecimento do assunto, já que as informações estavam confusas, truncadas. Enquanto isso, algumas empresas como a JBS estão impedidas de produzir carne até que toda a investigação seja esclarecida. São 21 frigoríficos investigados e três interditados até o momento.
Fonte: BBC Brasil, EBC, Folha.
Foto: José Cruz / Agência Brasil